Pesam nos ombros da noite
esquecidas vidas
sonolento sono suave
pensamento se assenta na pele dos dias
deleite sem consciência
céu que alego sobre o seu
este rio de ondular naufraga insónia
ou transborda sonhos
para quem agora dorme
reincidente madrugada
exila homens
e o tempo se acentua grave
no peito de hipnose
DIAS DE SONO
Fazer dormir o sono
o sonho levar na respiração lenta
com pressão de escrever efigie
procurar a distância que foz o cais
perto dos olhos
todo (v)ida com ausência dos dias asfixiados
entre as mãos que desistiram de mim
tão devagar é tempo veloz
rói a rocha e
àgua passa em caminhos
tão distante do (c)eu
NA MARGEM DOS DESEJOS
O sol de pedra nasce em nossas mãos
e as luas
à luz estética
nàlma da secreta janela
par
tidas palavras juntas
desenham quotidianas sombras
uma mulher louca de voz interdita
traz no peito enferma casa
em cuidados intensivos
carrega a outra o fardo do sol
deste hospital sem remédios de estômagos
nestas ruas
imagens maquiadas
vestidas de hipóteses à intimidade
incomodam o manicómio
de maridos súbita
mente enriquecidos